Discurso do Senador Astronauta Marcos Pontes como candidato à Presidência do Senado Federal

Senadores decidem neste sábado (01/01) o novo comando do Senado Federal, durante primeira reunião preparatória destinada à eleição do presidente do Senado Federal. A eleição é realizada de forma presencial, por escrutínio secreto, de acordo com o Regimento Interno da Casa, que prevê a votação por meio de cédulas em papel inseridas em envelope. Será eleito o candidato que receber a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos.

O Senador Astronauta Marcos Pontes, candidato à presidência do Senado, reforça seu compromisso com o Brasil, destacando coragem, liderança e a importância da democracia. Leia o discurso completo e conheça sua visão para o futuro do Senado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, como Senador eu tenho o dever de lutar pelo Brasil, lutar pelo Senado e pela democracia; tenho o dever de honrar cada um dos quase 11 milhões de votos que me trouxeram até aqui e de jamais abandonar a missão que me foi confiada.

Eu poderia iniciar esse discurso falando sobre minha história de vida e trajetória profissional, sobre os desafios enfrentados como piloto de caça, como astronauta, como Ministro ou como Senador, mas hoje eu quero começar falando sobre algo ainda mais importante: coragem e compromisso. A vida nos ensina, a cada passo, que o destino não sorri para os que desistem, que o verdadeiro líder é aquele que se mantém firme mesmo diante das maiores adversidades.

Lembro-me de um momento difícil da minha vida pessoal. Quando meu filho Fábio tinha 14 anos, enfrentamos juntos uma das batalhas mais cruéis que um ser humano pode travar: o câncer. A cada sessão de quimioterapia, a cada exame, a cada dia de dor, de incerteza, eu sentia o medo no meu coração, mas, pelo amor ao meu filho, pela minha responsabilidade como pai, eu não tinha o direito de desistir.

pela minha responsabilidade como pai, eu não tinha o direito de desistir. Do mesmo modo, lembro-me da imensa dor de assistir à morte do meu melhor amigo, Tenente Brezinski, em uma missão na aviação de caça. Ele tinha 24 anos, deixou a esposa e um filho com menos de um ano. Alguns perguntavam: “Vale a pena arriscar tanto?”. Mas, para um piloto de combate, proteger a pátria não é uma escolha, é um dever. E eu não tinha direito de desistir.

E hoje, meus caros colegas, enfrentamos uma outra batalha. O Brasil clama por mudanças, o povo está aflito. Nossos eleitores nos pedem: façam alguma coisa. E eu pergunto: nós vamos cruzar os braços? Vamos virar as costas para os brasileiros que confiaram em nós? Se há algo que aprendi nos momentos mais difíceis da minha vida é que quando se tem uma missão, um compromisso, não se pode recuar. Nós não temos o direito de desistir.

Meus amigos, não é apenas o que falamos que conta para o país, o que conta é o que fazemos para cumprir nossas promessas com os brasileiros, com os nossos eleitores. Hoje estamos diante de um momento crucial. Precisamos escolher entre a estagnação e a mudança, entre o conforto e a luta. Precisamos restaurar a força e a credibilidade desta Casa. Precisamos garantir que as vozes da população sejam ouvidas e que os valores democráticos sejam sempre respeitados.

Se eu for eleito Presidente do Senado Federal, minha missão e compromissos são claros: tirar da gaveta os pedidos de impeachment e garantir que sejam analisados com seriedade, como determina a lei; lutar pela anistia e devolver a liberdade aos cidadãos que foram injustamente perseguidos; defender a democracia verdadeira, absoluta, aquela que respeita a vontade popular e não se curva aos interesses de alguns; trabalhar incansavelmente para restabelecer o equilíbrio entre os Poderes da República. Isso não é um plano de Governo, isso é um compromisso moral.

O Senado precisa recuperar sua independência, sua autoridade, seu prestígio diante do povo brasileiro. Isso é essencial para todos e é especialmente importante para os 54 Senadores que vão encarar uma campanha de reeleição no ano que vem. Eu pergunto a cada um dos Senadores: qual o Senado de que o Brasil precisa? Qual o legado que deixaremos dos nossos mandatos? Um Senado submisso ou um Senado altivo? Um Senado omisso ou um Senado atuante? O Brasil precisa de um Senado que tenha coragem e compromisso. Vamos liderar juntos essa transformação.

Meu pai, Seu Virgílio, de lá do interior de São Paulo, sempre dizia: “Pense, fale e faça tudo na mesma direção; seja íntegro, não fuja do seu compromisso”. E foi com essa bússola moral que eu cheguei até aqui. Muitos de nós estivemos nas ruas, estivemos na Avenida Paulista, por exemplo, ouvimos o clamor da população e fizemos promessas. Agora é a hora de honrar essas promessas com ações concretas.

Essa eleição é muito importante e a minha candidatura teve a inspiração na atitude corajosa do ex-Deputado Bolsonaro, que concorreu quatro vezes à Presidência da Câmara dos Deputados, sempre isolado, sempre combatido, mas nunca desistiu. Sou profundamente grato ao Presidente Bolsonaro, não apenas pelo que ele fez pelo Brasil, mas pelo que ele fez por mim. Ele me trouxe para a política

pelo que ele fez pelo Brasil, mas pelo que ele fez por mim. Ele me trouxe para a política, o que me permitiu usar toda a minha experiência de vida anterior à política para ajudar milhões de brasileiros, como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ministro de Comunicações e agora como Senador. Ele é um líder único, e tenho orgulho, principalmente, de chamá-lo de amigo. Amigos de verdade não concordam em tudo, mas amigos de verdade sempre querem o bem um para o outro.

Deixo claro aqui também meu profundo respeito ao meu partido, o Partido Liberal, PL, em que líderes como Valdemar, como Rogerio Marinho, como Portinho, como Magno Malta mostram que verdadeiros líderes promovem seus membros e respeitam a diversidade de ideias e estratégias para construir soluções e caminhos alternativos rumo à mesma solução ou ao mesmo objetivo.

Agradeço também ao candidato Girão pela parceria de campanha criada, em que unimos os esforços paralelos de duas candidaturas de direita, que nunca esteve dividida, mas sempre estrategicamente unida.

Parabenizo também os outros candidatos, Soraya Thronicke, Marcos do Val e Davi Alcolumbre, por se colocarem à disposição e demonstrarem a importância de várias candidaturas em uma disputa democrática.

Aproveito também para lamentar qualquer inconveniente causado, de alguma forma, àqueles que se sentiram desconfortáveis com a minha candidatura. Asseguro que minha intenção foi e sempre será ajudar a todos.

Essa é a maneira como eu sou. Acho que já deu para perceber pela nossa convivência aqui nesses últimos dois anos. Muitos dizem que eu tenho um coração muito bom, que eu sou idealista, etc. Eu acho isso ótimo. Isso traz felicidade e me faz ficar mais próximo das pessoas, ter compaixão. Aliás, esta é uma característica muito importante para um político, compaixão, que é se colocar no lugar das outras pessoas, sempre.

Outro dia, em um evento público, eu encontrei um jovem casal que me disse algo que eu nunca vou esquecer. Eles me falaram o seguinte: que eles sonhavam em ter filhos e criá-los em um país justo, seguro, onde o trabalho honesto e o bom exemplo levassem ao sucesso. Esse é o país, esse é o Brasil que nós precisamos construir. E isso começa aqui, no nosso Senado. Nós temos a obrigação de dar o exemplo. A população nos observa atentamente. Ela espera de nós coragem, integridade e compromisso.

Lembro-me de um momento marcante na minha vida: não dá para esquecer o dia em que eu vi a Terra do Espaço pela primeira vez. Olhar para o nosso planeta lá de cima é uma experiência que transforma a gente, é uma experiência transformadora.

Nossa espaçonave azul, que a gente chama de Terra, não tem fronteiras visíveis; somos todos um só povo, indo todos a um só destino. Essa visão que poucos tiveram na história da humanidade me ensinou que precisamos trabalhar juntos. Como piloto de caça e astronauta, colocamos literalmente as nossas vidas nas mãos uns dos outros.

Aprendi que a sobrevivência depende do trabalho em equipe. No Senado não é diferente. Minha candidatura não é um projeto pessoal, é um projeto para devolvermos juntos ao Senado a sua grandeza.

E é a isto que hoje, junto aos nobres Senadores, eu me comprometo também:

1. Promover a união do Senado e do Congresso, garantindo um ambiente de respeito e diálogo entre todas

garantindo um ambiente de respeito e diálogo entre todas as correntes políticas e a maior harmonia entre as Casas.

2. Fortalecer a autonomia do Legislativo, garantindo que o Senado tenha voz muito ativa nas decisões nacionais e que nossas prerrogativas parlamentares sejam defendidas e respeitadas.

3. Valorizar a Bancada Feminina, ampliando sua participação nas decisões estratégicas da Casa.

4. Compartilhar a responsabilidade da pauta, ouvindo o Colégio de Líderes e dando transparência às decisões, garantindo que cada Senador, que representa obviamente uma parcela significativa do seu estado, tenha seu espaço e sua voz respeitada no Plenário.

Girão, eu sou a favor do voto aberto para dar transparência aos eleitores, aliás, em todas as votações, exceto aquelas previstas na Constituição que são para voto fechado – escolha de autoridades, por exemplo. Por outro lado, o voto secreto obviamente dá conforto e autonomia a cada Senador ou Senadora para votar de forma coerente com as demandas dos seus eleitores e com a sua própria consciência. Sim, o voto é secreto, sem dúvida, mas o peso da consciência de um voto desalinhado com a nossa responsabilidade, com os nossos eleitores, conviverá conosco para sempre. O voto pode ser secreto, mas a consciência é transparente.

Assim, em nome de cada brasileiro que deposita suas esperanças na nossa coragem e compromisso, eu peço o seu voto, para cada um dos nossos Senadores aqui. Eu não acredito em favoritismo, eu acredito na consciência de cada um. Não por mim, mas pelas lágrimas derramadas por famílias que hoje têm medo do futuro. O futuro dessas famílias está nas nossas mãos, e o futuro de cada brasileiro está nas suas mãos. Que sob o olhar de Ruy Barbosa, os brasileiros não desanimem da virtude, e que possamos reconstruir juntos um Senado forte, unido e independente.

Para encerrar, eu lembro das palavras de Martin Luther King: “Você pode não ser responsável pela situação em que se encontra, mas se tornará responsável se não fizer nada para mudá-la”.

Meus amigos, o Brasil precisa de cada um de nós. Eu estou pronto para essa missão, assim como estive para muitas missões e desafios, colocando a minha vida a serviço do país, literalmente. Eu agradeço desde já o voto de cada um de vocês.

E, antes de terminar, Presidente Pacheco, desejo muito sucesso. Parabéns pela serenidade constante, pela educação sempre e a confiança que passa pelas suas decisões. Obrigado.

Obrigado a todos e eu conto com cada um de vocês.

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